domingo, 8 de maio de 2011

SONETO LXXXVIII (William Shakespeare)

Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

William Shakespeare

4 comentários:

  1. Não há o que falar sobre o incrível legado de Shakespeare, seja pela sonoridade de seus poemas, seja pela crítica em seus textos, seja pela coragem de estar muito além de seu tempo....
    Bela escolha!
    Beijo no coração

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