sábado, 2 de abril de 2011

Nu (Manoel Bandeira)

Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus seios exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -

Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!

Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...


Poema extraído do livro: Manoel Bandeira - Estrela da Vida Inteira

Editora Nova Fronteira

4 comentários:

  1. Ah meu amigo, eu AMO Manuel Bandeira, esse poeta pernanbucano que veio consagrar-se em SP, fazendo o abre-alas da Semana de Arte Moderna..
    Este poema Nú é maravilhoso; parabéns pela escolha e obrigada por compartilhar. Beijos e encontramo-nos em Pasárgada! rs rs

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  2. Olá... que bela escolha! Manoel Bandeira, poeta maravilhoso que pouco vemos por aqui.....
    Beijo no coração

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  3. cara tem muita coisa errada nesse poema. Pegue um livro e arrume!

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  4. Segunda estrofe primeiro verso não tem parênteses,5º paragragrafo primeiro verso é "Teus seios exíguos", 7º parágrafo 3º verso é "Teu olhar, mais longo," e no 6º paragrafo não tem parênteses após o Brilham tb.


    O resto esta correto, faça as alterações para o pessoal não retirar coisas incorretas de seu blog.Abração!

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