Um pequeno portal em que seus autores se propõem a contar estórias e fazer pequenos poemas.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Magia interior (Texto de Autor Desconhecido)
Conta a lenda que um Rei, ao caçar na floresta, foi mortalmente ferido, sendo salvo por uma bruxa velha e feia.
Em sinal de gratidão o Rei disse a ela que poderia pedir o que quisesse.
Ela, então, diz que quer se casar com ele.
O amigo mais próximo do Rei, sabendo da dificuldade que isso traria, se oferece para casar-se em seu lugar.
A bruxa aceita.
Realizadas as núpcias, na noite em que se consumaria a união, o amigo do Rei vê entrar em seus aposentos a mais linda mulher do mundo.
A bruxa, transformada em princesa, diz à ele que pode escolher tê-la bela, de dia ou à noite.
O bom homem, enternecido pelo oferecimento, diz a ela que a escolha não pode ser dele, mas dela.
Em razão disso, a bruxa horrenda passa a se apresentar, para seu amado e o mundo, tão bela durante o dia quanto durante à noite.
sábado, 23 de abril de 2011
Quando olhares no espelho
Quando olhares no espelho,
Não chores, não lamentes...
Pára, pensa um pouco,
Afasta-te de teus pesadelos,
Por um instante, por um mísero instante,
Livra-te de teus Demônios; os demônios usurpam as mentes insanas,
Insano é ódio que flagela a alma.
Quando olhares no espelho,
Sorri, sê feliz...
Pára, pensa um pouco,
Encontra-te com teus sonhos,
Por um instante, por um mísero instante,
Apega-te aos teus anjos: os anjos habitam as mentes puras,
Puro é o amor que acalenta a alma.
Gerci Monteiro de Freitas
Não chores, não lamentes...
Pára, pensa um pouco,
Afasta-te de teus pesadelos,
Por um instante, por um mísero instante,
Livra-te de teus Demônios; os demônios usurpam as mentes insanas,
Insano é ódio que flagela a alma.
Quando olhares no espelho,
Sorri, sê feliz...
Pára, pensa um pouco,
Encontra-te com teus sonhos,
Por um instante, por um mísero instante,
Apega-te aos teus anjos: os anjos habitam as mentes puras,
Puro é o amor que acalenta a alma.
Gerci Monteiro de Freitas
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Dor latente
Quando te vejo
Sinto uma dor
Muito forte em meu peito
Uma dor latente
Nada aparente
Somente o desejo
De te dar um beijo ardente
Gerci Monteiro de Freitas
Sinto uma dor
Muito forte em meu peito
Uma dor latente
Nada aparente
Somente o desejo
De te dar um beijo ardente
Gerci Monteiro de Freitas
Carry On Wayward Son (Kansas)
O estilo musical pode parecer meio pesado para o perfil deste blog, mas garanto que vale a pena. Kansas, uma grande banda de Rock. Reputo como sendo uma das maiores de todos os tempos. Anos 70... Tempo em que ainda se faziam grandes composições. Sinceramente não sei se o Rock voltará com a mesma força que tinha antigamente, mas torço muito para que isso aconteça... Sugiro que apreciem a letra e sintam a força desta bela canção...
Carry On Wayward Son
Composição : Karry Livgren
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Once I rose above the noise and confusion
Just to get a glimpse beyond this illusion
I was soaring ever higher
But I flew too high
Though my eyes could see I still was a blind man
Though my mind could think I still was a mad man
I hear the voices when I'm dreaming
I can hear them say
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Masquerading as a man with a reason
My charade is the event of the season
And if I claim to be a wise man, well
It surely means that I don't know
On a stormy sea of moving emotion
Tossed around like a ship on the ocean
I set a course for winds of fortune
But I hear the voices say
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more, No!
Carry on, you will always remember
Carry on, nothing equals the splendor
Now your life's no longer empty
Surely heaven waits for you
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry
Don't you cry no more!
No more!
Continue Filho Desobediente
Composição : Karry Livgren
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Once I rose above the noise and confusion
Just to get a glimpse beyond this illusion
I was soaring ever higher
But I flew too high
Though my eyes could see I still was a blind man
Though my mind could think I still was a mad man
I hear the voices when I'm dreaming
I can hear them say
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Masquerading as a man with a reason
My charade is the event of the season
And if I claim to be a wise man, well
It surely means that I don't know
On a stormy sea of moving emotion
Tossed around like a ship on the ocean
I set a course for winds of fortune
But I hear the voices say
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more, No!
Carry on, you will always remember
Carry on, nothing equals the splendor
Now your life's no longer empty
Surely heaven waits for you
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry
Don't you cry no more!
No more!
Continue Filho Desobediente
Continue meu filho desobediente
Haverá paz quando você estiver terminado
Deite sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais
Eu me levantei acima do barulho e da confusão
Para dar uma espiada além desta ilusão
Eu estava voando cada vez mais alto
Mas eu voei muito alto
Embora meus olhos pudessem ver eu era ainda um homem cego
Embora minha mente pudesse pensar eu era ainda um homem louco
Eu ouço as vozes quando eu estou sonhando
Eu posso ouvi-las dizer
Continue meu filho desobediente
Haverá paz quando você estiver terminado
Deite sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais
Mascarado como um homem com uma razão
Minha charada é o evento da estação
E se eu reivindicar ser um homem sábio, bom
Significa certamente que eu não sei
Em um mar em tempestade de emoção movente
Sou lançado como um navio no oceano
Eu ajustei um curso para ventos da fortuna
Mas eu ouço as vozes dizerem
Continue meu filho desobediente
Haverá paz quando você estiver terminado
Deite sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais
Continue, você recordará sempre
Continue, nada se iguala ao esplendor
Agora sua vida já não é mais vazia
Certamente o céu o espera
Continue meu filho desobediente
Haverá paz quando você estiver terminado
Deite sua cabeça cansada para descansar
Não chore
Não chore mais!
Não mais!
segunda-feira, 18 de abril de 2011
DEVOLVE (Mário Lago)
Devolve toda a tranqüilidade
Toda a felicidade
Que eu te dei e que perdi
Devolve todos os sonhos loucos
Que eu construí aos poucos
E te ofereci
Devolve, eu peço, por favor
Aquele imenso amor
Que nos teus braços esqueci
Devolve, que eu te devolvo ainda
Esta saudade infinda
Que eu tenho de ti.
Mário Lago
Toda a felicidade
Que eu te dei e que perdi
Devolve todos os sonhos loucos
Que eu construí aos poucos
E te ofereci
Devolve, eu peço, por favor
Aquele imenso amor
Que nos teus braços esqueci
Devolve, que eu te devolvo ainda
Esta saudade infinda
Que eu tenho de ti.
Mário Lago
sexta-feira, 15 de abril de 2011
AMOR BASTANTE (Paulo Leminsk)
Quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
Basta um instante
e você tem amor bastante
Um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
Paulo Leminski
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
Basta um instante
e você tem amor bastante
Um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
Paulo Leminski
terça-feira, 12 de abril de 2011
UM MILHÃO DE AMIGOS (Texto de Autor Desconhecido)
Se eu tivesse um milhão de amigos,
pediria uma moeda a cada um e seria milionário.
Se eu tivesse 500 mil amigos,
pediria-lhes que nos déssemos as mãos para construir uma corrente de amor.
Se eu tivesse 200 mil amigos,
fundaria uma cidade onde todos me cumprimentariam com um sorriso.
Se eu tivesse 25 mil amigos,
haveria um congestionamento nas linhas telefônicas no meu aniversário.
Se eu tivesse 6 mil amigos,
sentiria o carinho de 6 mil abraços.
Se eu tivesse mil amigos,
teria mil mãos abanando para mim.
Se eu tivesse 365 amigos,
passaria cada dia do ano com um deles.
Se eu tivesse 100 amigos,
teria cem pares de olhos me olhando com amor.
Se eu tivesse 10 amigos,
minha mãe teria mais 10 filhos.
Se eu tivesse 4 amigos,
teria 4 pares de mãos para me ajudar.
Se eu tivesse 2 amigos,
seria 2 vezes mais feliz.
Mas se eu tivesse um só amigo,
não precisaria ter mais!
(Autor desconhecido)
pediria uma moeda a cada um e seria milionário.
Se eu tivesse 500 mil amigos,
pediria-lhes que nos déssemos as mãos para construir uma corrente de amor.
Se eu tivesse 200 mil amigos,
fundaria uma cidade onde todos me cumprimentariam com um sorriso.
Se eu tivesse 25 mil amigos,
haveria um congestionamento nas linhas telefônicas no meu aniversário.
Se eu tivesse 6 mil amigos,
sentiria o carinho de 6 mil abraços.
Se eu tivesse mil amigos,
teria mil mãos abanando para mim.
Se eu tivesse 365 amigos,
passaria cada dia do ano com um deles.
Se eu tivesse 100 amigos,
teria cem pares de olhos me olhando com amor.
Se eu tivesse 10 amigos,
minha mãe teria mais 10 filhos.
Se eu tivesse 4 amigos,
teria 4 pares de mãos para me ajudar.
Se eu tivesse 2 amigos,
seria 2 vezes mais feliz.
Mas se eu tivesse um só amigo,
não precisaria ter mais!
(Autor desconhecido)
terça-feira, 5 de abril de 2011
Zé pinguço (Texto de Autor Desconhecido)
Numa cidade do norte, vivia um homem que nascera com uma cabeça muito grande, e seu apelido era "Cabeçudo". Mas era uma pessoa pacata, bonachona e paciente. Não gostava do apelido, e ninguém o chamava assim, a não ser um cara muito chato que, desde os tempos do grupo escolar, onde quer que o encontrasse, dava-lhe um tapa na cabeça e perguntava:
- Tudo bom, Cabeçudo?
Um dia, depois do milésimo tapão na sua cabeça, Cabeçudo meteu a faca no chato e o matou.
A família da vítima era rica; a do Cabeçudo, pobre. Não conseguiram encontrar um advogado para defendê-lo, pois o crime tinha muitas testemunhas. Depois de procurarem em Belém, São Paulo, Rio, e outras cidades, sem sucesso algum, resolveram procurar um tal de "Zé Pinguço", advogado que há muito tempo deixara a profissão, pois, como o próprio apelido indicava, vivia de porre em porre. Para surpresa geral, o "Zé Pinguço" aceitou o caso.
Passou a semana anterior ao julgamento sem botar uma gota de cachaça na boca! Na hora de defender o Cabeçudo, ele começou a seu discurso assim:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
Quando todo mundo pensou que ele ia continuar a defesa, ele repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
Repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz:
- Peço ao advogado que, por favor, inicie a defesa.
"Zé Pinguço", porém, fingiu que não ouviu e continuou:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
O promotor pulou:
- A defesa está tentando ridicularizar esta corte!!!
O juiz:
- Advirto ao advogado de defesa que se não apresentar imediatamente os seus argumentos...
Foi cortado por "Zé Pinguço", que repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
O juiz não agüentou:
- Seu moleque safado, seu bêbado irresponsável, está pensando que a justiça é motivo de zombaria? Ponha-se daqui para fora antes que eu mande prendê-lo.
Foi então que o "Zé Pinguço" disse:
- Senhoras e Senhores jurados, esta Corte chegou ao ponto a que eu queria chegar... Vejam que, se apenas por repetir algumas vezes que o juiz é meritíssimo, que o promotor é honrado e que os membros do júri são dignos, todos perdem a paciência, consideram-se ofendidos e me ameaçam de prisão... pensem na situação deste pobre homem, que durante quarenta anos, todos os dias da sua vida, foi chamado de Cabeçudo!!!
Cabeçudo foi absolvido e o Zé voltou a tomar suas cachaças em Paz.
- Tudo bom, Cabeçudo?
Um dia, depois do milésimo tapão na sua cabeça, Cabeçudo meteu a faca no chato e o matou.
A família da vítima era rica; a do Cabeçudo, pobre. Não conseguiram encontrar um advogado para defendê-lo, pois o crime tinha muitas testemunhas. Depois de procurarem em Belém, São Paulo, Rio, e outras cidades, sem sucesso algum, resolveram procurar um tal de "Zé Pinguço", advogado que há muito tempo deixara a profissão, pois, como o próprio apelido indicava, vivia de porre em porre. Para surpresa geral, o "Zé Pinguço" aceitou o caso.
Passou a semana anterior ao julgamento sem botar uma gota de cachaça na boca! Na hora de defender o Cabeçudo, ele começou a seu discurso assim:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
Quando todo mundo pensou que ele ia continuar a defesa, ele repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
Repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz:
- Peço ao advogado que, por favor, inicie a defesa.
"Zé Pinguço", porém, fingiu que não ouviu e continuou:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
O promotor pulou:
- A defesa está tentando ridicularizar esta corte!!!
O juiz:
- Advirto ao advogado de defesa que se não apresentar imediatamente os seus argumentos...
Foi cortado por "Zé Pinguço", que repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri...
O juiz não agüentou:
- Seu moleque safado, seu bêbado irresponsável, está pensando que a justiça é motivo de zombaria? Ponha-se daqui para fora antes que eu mande prendê-lo.
Foi então que o "Zé Pinguço" disse:
- Senhoras e Senhores jurados, esta Corte chegou ao ponto a que eu queria chegar... Vejam que, se apenas por repetir algumas vezes que o juiz é meritíssimo, que o promotor é honrado e que os membros do júri são dignos, todos perdem a paciência, consideram-se ofendidos e me ameaçam de prisão... pensem na situação deste pobre homem, que durante quarenta anos, todos os dias da sua vida, foi chamado de Cabeçudo!!!
Cabeçudo foi absolvido e o Zé voltou a tomar suas cachaças em Paz.
domingo, 3 de abril de 2011
Lindas mãos (Texto de Autor Desconhecido)
À beira de um riacho, algumas mocinhas conversavam, contando vantagens de suas lindas mãos. Uma delas mergulhou as mãos na água cintilante, e as gotas que caíam das suas palmas pareciam diamantes.
- Olhem como minhas mãos são lindas! A água corre nelas como jóias preciosas - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las em água fria e limpa.
Outra mocinha correu para colher morangos e esmagou-os nas palmas das mãos. O suco escorreu pelos dedos como vinho pisado, até os dedos ficarem rosados como o céu ao sol nascente.
- Vejam que lindas mãos as minhas! O suco de morango escorre por elas como vinho - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
Eram muito rosadas e macias, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com suco de morangos todas as manhãs.
Outra mocinha colheu violetas e esmagou-as nas mãos, até ficarem muito perfumadas.
- Olhem que lindas mãos as minhas! São perfumadas como as violetas dos bosques da primavera - disse ela levantando as mãos para que as outras admirassem.
Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com violetas todas as manhãs.
A quarta mocinha não mostrou as mãos, deixando-as no colo. Uma velha veio andando pela estrada e parou perto das mocinhas. Elas lhe mostraram as mãos, perguntando quais eram as mais belas. Para cada uma, ela balançou a cabeça e depois pediu para ver as mãos da última mocinha, que as mantinha no colo. ela levantou as mãos timidamente.
- Hum, estas mãos estão bem limpinhas - disse a mulher - mas estão endurecidas pelo trabalho. Estas mãos ajudam os pais lavando as louças, varrendo o chão, limpando as janelas e semeando a horta. Estas mãos tomam conta do bebê, levam chá quente para a vovó e ensinam o irmãozinho menor como empilhar os toquinhos e empinar pipa. Sim, estas mãos andam muito ocupadas fazendo da casa um lar feliz, cheio de amor e carinho.
Então a velha remexeu no bolso e retirou um anel de diamantes, com rubis mais vermelhos que o morango e turquesas mais azuis que a violeta.
- Tome, use este anel, querida. Você merece o prêmio pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis.
E a mulher desapareceu, deixando as mocinhas sentadas à beira do riacho...
- Olhem como minhas mãos são lindas! A água corre nelas como jóias preciosas - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las em água fria e limpa.
Outra mocinha correu para colher morangos e esmagou-os nas palmas das mãos. O suco escorreu pelos dedos como vinho pisado, até os dedos ficarem rosados como o céu ao sol nascente.
- Vejam que lindas mãos as minhas! O suco de morango escorre por elas como vinho - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
Eram muito rosadas e macias, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com suco de morangos todas as manhãs.
Outra mocinha colheu violetas e esmagou-as nas mãos, até ficarem muito perfumadas.
- Olhem que lindas mãos as minhas! São perfumadas como as violetas dos bosques da primavera - disse ela levantando as mãos para que as outras admirassem.
Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com violetas todas as manhãs.
A quarta mocinha não mostrou as mãos, deixando-as no colo. Uma velha veio andando pela estrada e parou perto das mocinhas. Elas lhe mostraram as mãos, perguntando quais eram as mais belas. Para cada uma, ela balançou a cabeça e depois pediu para ver as mãos da última mocinha, que as mantinha no colo. ela levantou as mãos timidamente.
- Hum, estas mãos estão bem limpinhas - disse a mulher - mas estão endurecidas pelo trabalho. Estas mãos ajudam os pais lavando as louças, varrendo o chão, limpando as janelas e semeando a horta. Estas mãos tomam conta do bebê, levam chá quente para a vovó e ensinam o irmãozinho menor como empilhar os toquinhos e empinar pipa. Sim, estas mãos andam muito ocupadas fazendo da casa um lar feliz, cheio de amor e carinho.
Então a velha remexeu no bolso e retirou um anel de diamantes, com rubis mais vermelhos que o morango e turquesas mais azuis que a violeta.
- Tome, use este anel, querida. Você merece o prêmio pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis.
E a mulher desapareceu, deixando as mocinhas sentadas à beira do riacho...
sábado, 2 de abril de 2011
Nu (Manoel Bandeira)
Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.
Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.
Teus seios exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -
Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.
Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.
Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...
Poema extraído do livro: Manoel Bandeira - Estrela da Vida Inteira
Editora Nova Fronteira
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.
Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.
Teus seios exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -
Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.
Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.
Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...
Poema extraído do livro: Manoel Bandeira - Estrela da Vida Inteira
Editora Nova Fronteira
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