domingo, 11 de março de 2012

O Pintassilgo (Leonardo da Vinci)



Ao voltar para o ninho, trazendo no bico uma minhoca, o pintassilgo não encontrou seus filhotes. Alguém os havia levado embora durante sua ausência.
Começou a procurá-los por toda a parte, chorando e gritando. A floresta inteira ecoava seus gritos, mas ninguém respondia.
Dia e noite, sem comer nem dormir, o pintassilgo procurou seus filhotes, examinando todas as árvores e olhando dentro de todos os ninhos.
Certo dia um pássaro lhe disse:
- Acho que vi seus filhotes na casa do fazendeiro.
O Pintassilgo voou, cheio de esperança, e logo chegou à casa do fazendeiro. Pousou no telhado, mas lá não havia ninguém. Voou para o pátio – ninguém.
Então, levantando a cabeça, viu uma gaiola pendurada do lado de fora de uma janela. Os filhotes estavam presos lá dentro.
Ao verem a mãe subindo pela grade da gaiola, os filhotes começaram a piar, suplicando-lhe que os libertasse. O pintassilgo tentou quebrar as grades com o bico e com as patas, mas foi em vão.
Em seguida, com um grito de grande tristeza, voou novamente para a floresta.
No dia seguinte o pintassilgo voltou para junto da giola dentro da qual seus filhotes estavam presos. Fitou-os longamente, com o coração carregado de tristeza. Em seguida alimentou-os um a um, através das grades, pela última vez.
Levara-lhes uma erva venenosa, e os passarinhos morreram.
- Antes a morte – disse o pintassilgo, – do que perder a liberdade.
Leonardo da Vinci

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